Projeto “Artesanato Local e Poluição Visual” Arte de Trabalhar o Estanho Sra. Maria de Fátima Gorgita

Projeto “Artesanato Local e Poluição Visual” 

 

A Câmara Municipal de Angra do Heroísmo aceitou o desafio lançado pela Organização das Cidades Património Mundial (OCPM), e realizará uma entrevista por mês a um artesão local. O projeto “Artesanato Local e Poluição Visual” tem como objetivo demonstrar e divulgar as raízes e tradições de todas as cidades que fazem parte da organização, promovendo em simultâneo a arte e o artesão, com o intuito de solidificar a presença destas artes e ofícios tradicionais na comunidade local e dar a conhecer além-fronteiras.

 

Entrevistada: Sr.ª Maria de Fátima Gorgita, comerciante, 68 anos – Arte de trabalhar o estanho.

 

Câmara Municipal de Angra do Heroísmo (CMAH) – Com que idade começou a praticar a sua arte?

Maria de Fátima Gorgita (M. G.) – Comecei com 10 anos, a fazer bordado à máquina passei para a arte de trabalhar o estanho e o papel no ano 2000.

 

CMAH – A família teve alguma influência no seu interesse por esta arte?

  1. G. –Não, foi um interesse desenvolvido por mim ao longo dos anos, diversificando inclusive as minhas áreas de trabalho artesanal.

  

CMAH – Os seus filhos/familiares mais novos demonstram o mesmo interesse pela sua área?

  1. G. – Os meus filhos noras e genros, tem gosto em ver-me a trabalhar, mas não demonstram interessem em seguir com este tipo de artesanato.

 

CMAH – O artesanato é a sua profissão ou é uma ocupação/fonte de rendimento extra?

  1. G. – Sou comerciante há cerca de 30 anos, e no inicio o artesanato era mais um complemento financeiro.Atualmente o artesanato é a minha principal fonte de rendimento.

 

CMAH – Sente dificuldade em captar/despertar o interesse das novas gerações pela sua arte?

  1. G. – Sim atualmente noto falta de interesse das gerações mais novas pelo o artesanato, gostam muito de ver e apreciam o trabalho, mas não tem interesse em aprender o ofício.

 

CMAH – Classifique a evolução da sua arte nos últimos 20 anos?

  1. G. – Quando aprendi a trabalhar no estanho o trabalho era totalmente efetuado sem ferramentas. Atualmente utilizo as ferramentas próprias para me auxiliar na criação dos trabalhos.

 

CMAH- Qual a sua maior fonte de rendimento a nível de clientes? Habitantes locais ou turistas?

  1. G. – Já trabalhei para vários tipos de clientes, desde instituições a clientes locais, turistas e emigrantes.

 

CMAH – As suas vendas variam com a sazonalidade (épocas do ano, Verão vs Inverno)?

  1. G. – Atualmente vendo mais no Verão durante a altura dos bodos.

 

CMAH – Como analisa a continuidade e longevidade da sua área de artesanato?

  1. G. – Existiu uma grande propagação da arte há uns anos atrás, que acabou por a tornar demasiado massificada. A meu ver seria bom fazer uma pausa para voltar a garantir o valor único que as peças artesanais devem ter.

 

CMAH – Qual o fator que mais diferencia a sua arte das outras?

  1. G. – O fator que mais diferencia a arte de trabalhar em estanho, é o processo de fabrico das peças em si, pois é necessário ter sempre muito cuidado ao trabalhar o estanho, visto tratar-se de um material que não permite que se façam correções à medida que se cria a obra.

 

CMAH – Se tivesse que expor o seu trabalho em algum país europeu, qual escolheria? Porquê?

  1. G. –  Gostava de expor na Europa, sem preferência por nenhum país em específico, desde que a exposição contribuísse para dignificar e divulgar a minha arte.

 

CMAH – Na sua opinião, como classifica os apoios dados ao artesanato?

  1. G. – Neste momento estou um pouco mais afastada das feiras e apoios que dão ao artesanato. Tenho trabalhado mais por minha conta, não fazendo de momento parte de nenhuma associação de artesãos. No que diz respeito aos apoios estou um pouco por fora do assunto.

 

CMAH – Tem se falando muito na modernização dos processos de artesanato, concorda? Porquê?

  1. G. – Na minha área em específico não tem havido uma grande modernização, pois a maioria do trabalho tem de ser efetuado manualmente. Na arte de trabalhar o estanho as ferramentas funcionam mais como um auxilio para o artesão, mas não substituem o processo de fabrico da peça final.

 

CMAH – Qual foi o momento mais feliz/marcante da sua carreira, o mais difícil e mais engraçado?

  1. G. – Gostei muito quando tive o convite para expor nos Estados Unidos da América, foi um orgulho ter sido convidada, infelizmente este momento acabou por ser também um momento complicado pois coincidiu com problemas de saúde do meu marido. Não quis faltar com a minha palavra e fui expor, mas foi complicado embarcar nesta viagem, sem poder estar a acompanhar o meu marido numa fase complicada.

Na arte de trabalhar o estanho não tenho assim momentos muito caricatos, no entanto em outro dos meus ofícios, relacionado com doçaria, já surgiram encomendas de clientes no mínimo caricatas.

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