Câmara de Angra do Heroísmo congratula-se com a aprovação da arte chocalheira como Património Cultural Imaterial da UNESCO
O fabrico de chocalhos em Portugal, ofício e manifestação cultural que tem no Alentejo a sua maior expressão a nível nacional, foi hoje classificado pela UNESCO como Património Cultural Imaterial com Necessidade de Salvaguarda Urgente.
A decisão foi tomada às 14:20 desta terça-feira (hora de Lisboa), ao início da tarde, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), na 10.ª reunião do Comité Intergovernamental para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial, a decorrer em Windhoek, capital da Namíbia, até sexta-feira.
Em Portugal, há sete zonas onde ainda “moram” chocalheiros, muitos deles com idade avançada. O roteiro passa por três concelhos do Alentejo, Estremoz, Reguengos de Monsaraz e Viana do Alentejo, assim como por Bragança, Tomar, Cartaxo e Angra do Heroísmo.
Angra do Heroísmo conta com o último mestre chocalheiro dos Açores
António Ferreira da Costa nascido em 1935, faz parte da restrita lista dos chocalheiros nacionais que sustentou a nomeação da arte chocalheira a Património Cultural Imaterial da UNESCO.
Recebendo por herança de seu pai algumas cabeças de gado, cedo concluiu pela necessidade de desenvolver outras atividades, nomeadamente a de ferrador, intercalando-a mais tarde com a de estivador.
Mantendo a sua condição básica de lavrador, foi progressivamente aumentando os efetivos da sua exploração, atividade que veria a desenvolver até à sua passagem à situação de reforma.
Em 1987, dando seguimento às aptidões adquiridas em trabalhar o ferro, iniciou a sua atividade como chocalheiro, provendo assim a uma tradicional necessidade dos lavradores, ganhando grande notoriedade com a titularidade de único mestre desta arte com residência no arquipélago dos Açores.
A 21 de agosto de 2015 o Município de Angra do Heroísmo congratulou-o por fazer parte da lista hoje aprovada.