A Câmara Municipal de Angra do Heroísmo está preparada para evitar cortes de água se se voltar a registar um nível de precipitação semelhante ao que ocorreu em 2008, segundo o autarca, Álamo Meneses.
“Aquilo que nós podemos dizer hoje é que se um ano igual a 2008 acontecer, não haverá problemas. Estamos preparados para um nível até superior àquele. Contudo, a natureza tem as suas questões. É preciso sempre uma palavra de cautela, porque segurança absoluta não há”, salientou.
No verão de 2008, a falta de água levou a que a autarquia de Angra do Heroísmo tivesse recorrido a cortes programados no abastecimento de água à população, durante dois dias por semana, em quase todas as freguesias do concelho.
Segundo Álamo Meneses, 2008 foi um ano “atípico”, mas as estatísticas e a climatologia indicam que “ainda é possível haver anos piores”, por isso o autarca reforçou que não há “garantias absolutas” de que não existam cortes de água no futuro.
Ainda assim, garantiu que a autarquia melhorou “enormemente” a segurança do abastecimento, com a criação de reservatórios e de furos de água.
A Câmara Municipal de Angra do Heroísmo concluiu recentemente um reservatório na Fonte Faneca (freguesia da Terra Chã), que tem “um papel estruturante no abastecimento de água à parte oeste do concelho”.
De acordo com o autarca, as freguesias da zona oeste são as “mais vulneráveis” em anos de pouca abundância de água, já que não existem grandes nascentes naquela zona e as que existem são “muito sensíveis à estiagem”.
O reservatório agora construído vai garantir o abastecimento direto a três freguesias, mas ao mesmo tempo servirá de “interposto de transferência de água”, o que vai permitir que se envie água das zonas sul e leste do concelho para a zona oeste, numa situação de maior carência de água.
O projeto, comparticipado em 85% por fundos comunitários, representou um investimento de quase 890 mil euros, o que incluiu não só um reservatório com capacidade para 800 metros cúbicos, como a colocação de adutoras para fazer a ligação a outros reservatórios.
“Temos neste momento uma rede de furos (que estão parados, em reserva) muito mais extensa e temos uma interligação de redes, que na altura [em 2008] não tínhamos, e agora ficámos com mais um passo chave neste processo, que é a possibilidade de fazermos trasfega de água da zona onde ela é mais abundante para a zona em que é menos abundante”, salientou Álamo Meneses.