Projeto “Artesanato Local e Poluição Visual”

A Câmara Municipal de Angra do Heroísmo aceitou o desafio lançado pela Organização das Cidades Património Mundial (OCPM), e está a realizar uma entrevista por mês a um artesão local, sendo que no passado mês de setembro foi realizada com ao artesão Arménio de Sousa Duarte – Pirogravura em Madeira. O projeto “Artesanato Local e Poluição Visual” tem como objetivo demonstrar e divulgar as raízes e tradições de todas as cidades que fazem parte da organização, promovendo em simultâneo a arte e o artesão, com o intuito de solidificar a presença destas artes e ofícios tradicionais na comunidade local e dar a conhecer além fronteiras.
Entrevistado: Arménio de Sousa Duarte, 43 anos – Pirogravura em Madeira;

C.M.A.H. – Com que idade começou a praticar a sua arte ?
A.D. – Comecei a praticar há 5 anos atrás.

C.M.A.H. – A família teve alguma influência no seu interesse por esta arte ?
A.D. – Não, o interesse surgiu através de um passatempo, sendo que eu gostava de fazer alguns trabalhos em madeira tendo tirado depois um mini curso de pirogravura em Angra, indicado por uma pessoa amiga que fazia vários trabalhos em caixas de madeira, e incentivou-me também a tirar o curso.

C.M.A.H. – Os seus filhos/familiares mais novos demonstram o mesmo interesse pela sua área?
A.D. – O meu filho ainda é pequeno, ele gostava quando eu fazia umas prendas para ele levar para o colégio.

C.M.A.H. – O artesanato é a sua profissão ou é uma ocupação/fonte de rendimento extra ?
A.D. – É uma ocupação como fonte de rendimento extra, eu tenho um emprego mas gosto de ter esse trabalho extra, entretenho-me e gosto de ver o trabalho final.

C.M.A.H. – Sente dificuldade em captar/despertar o interesse das novas gerações pela sua arte?
A.D. – Sim, julgo que as novas gerações não estão muito interessadas pelo artesanato nem pela minha área, acho que aqui na ilha não existe muita gente a fazer isto.

C.M.A.H. – Classifique a evolução da sua arte nos últimos 20 anos.
A.D. – Está a evoluir muito, no sentido de adquirir novas máquinas, que hoje em dia já ajuda muito na execução desta arte.

C.M.A.H. – Qual a sua maior fonte de rendimento a nível de clientes? Habitantes locais ou turistas ?
A.D. – São mais os turistas.

C.M.A.H. – As suas vendas variam com a sazonalidade (épocas do ano, Verão vs Inverno) ?
A.D. – Vendo mais no Verão.

C.M.A.H. – Qual o fator que mais diferencia a sua arte das outras ?
A.D. – O que diferencia é que não me posso enganar no processo de gravação da madeira, já se for uma pintura eu posso retocá-la.

C.M.A.H. – Se tivesse que expor o seu trabalho em algum país europeu qual escolheria? Porquê?
A.D. – Escolheria expôr em França porque lá eles apreciam muito o nosso artesanato. Também gostava de expor na América e no Canadá por causa dos emigrantes.

C.M.A.H. – Na sua opinião, como classifica os apoios dados ao artesanato?
A.D. – São bons, a pessoa tem que dar algum seu mas hoje em dia há apoios bons para as pessoas iniciarem a sua arte. Gostaria que existissem mais pontos de venda de artesanato.

C.M.A.H. – Qual foi o momento mais feliz/marcante da sua carreira, o mais difícil e mais engraçado ?
A.D. – Feliz: Há 2 anos, em Angra, eu vendi muito numa feira, foi gratificante, para mim, perceber a reação das pessoas à minha arte.
A.D – Difícil: Os mais difíceis são sem dúvida as participações nas feiras e a não obtenção de lucro com a exposição das minhas peças.

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